Entenda o sucesso das graphic tees
Não sabe o que são graphic tees? Descubra a origem e influência das camisetas gráficas na moda
A camiseta é um item básico da moda atual. Versátil e democrática, é usada por mulheres, homens e crianças.
Mas nem sempre foi assim. No passado, a camiseta era associada ao guarda-roupa masculino, além de ser uma espécie de roupa íntima. Era usada por baixo dos ternos, quase nunca por cima.
Depois que o item começou a se tornar mais comum nos looks casuais, lá pelos anos 1950, novas tendências também surgiram. É aí que entram as camisetas gráficas.
Entenda a seguir o que são graphic tees e como elas se tornaram importantes para a moda.
Origem e atribuição política
As graphic tees nasceram junto com as famigeradas camisetas políticas. Em 1948, a campanha de Thomas E. Dewey, candidato a governador de Nova York, lançou uma t-shirt branca com os dizeres “Dew-it-with-Dewey” – algo como “Regue/Cresça com o Dewey”, em tradução livre. Ele não foi eleito, mas inspirou inúmeros outros políticos a criar suas próprias peças.
No entanto, a introdução desse tipo de roupa no mundo da moda aconteceu de verdade em 1984. Em um encontro com Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido na época, a estilista inglesa Katharine Hamnett usava uma camiseta com a frase “58% Don’t Want Pershing” (em português, “58% Não Querem a Pershing”).
A designer estampou na própria roupa a oposição de 58% dos cidadãos ingleses em relação à instalação de uma base da Pershing II, empresa especializada na produção de mísseis, na Inglaterra.
Desde então, Hamnett se tornou uma enorme referência em graphic tees políticas. Em 2003, por exemplo, em protesto ao apoio britânico à invasão do Iraque promovida pelos Estados Unidos, as modelos de seu desfile usaram camisetas com os dizeres “STOP WAR, BLAIR OUT” (“PARE A GUERRA, FORA BLAIR”, em português), em referência ao primeiro-ministro Tony Blair.
Graphic tees com mensagens
As graphic tees com mensagens nunca saíram de moda desde a década de 1980, mas não se limitaram à política. Como forma de mostrar personalidade e se comunicar com o público de maneira menos direta, as celebridades incluíram a peça em seus estilos pessoais.
Nos anos 2000, Paris Hilton era a rainha das camisetas gráficas. “THAT’S HOT” (seu bordão no reality show Simple Life), e “too pretty for a job” (“bonita demais para ter emprego”, em alusão às críticas que recebia por seu status de socialite) são as mais famosas.
Hoje em dia, é fácil encontrar camisetas do tipo em qualquer loja virtual – algumas até oferecem impressões personalizadas em que os clientes podem escrever o que quiserem. Mas em relação a marcas, a Praying é a que mais vem se destacando nos últimos tempos.
Com uma pegada bem Gen Z, os modelos mais famosos são os que levam as frases “God’s Favorite” (“Favorito(a) de Deus”) e “They don’t build statues for critics” (“Não constroem estátuas para críticos”).
Graphic tees com ilustrações
É claro que as ilustrações não poderiam ficar de fora. Várias estampas clássicas levam desenhos ou a combinação de desenhos e mensagens.
Em 1977, a estilista Vivienne Westwood e o empresário musical Malcolm McLaren desenharam a camiseta “God Save The Queen”, referenciando a canção de mesmo nome da banda Sex Pistols.
A letra da música é crítica a realeza britânica, o que motivou a imagem da Rainha Elizabeth II com a boca fechada por um alfinete. Muito além da desaprovação política, a estampa se tornou um símbolo do pop punk da Inglaterra.
Camisetas de banda no geral são graphic tees. Dentre as mais famosas, a banana que ilustra a capa do álbum Andy Warhol, do Velvet Underground; o prisma triangular de The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd; o homem alado do Led Zeppelin; e os logos do Nirvana e AC/DC.
J.Chermann e graphic tees
A J.Chermann é uma marca com uma enorme variedade de peças, diversas coleções lançadas, presença online massiva e duas lojas físicas em endereços prestigiados de São Paulo – uma na Rua Peixoto Gomide, na região dos Jardins, e outra no Shopping Iguatemi.
Mas nem sempre foi assim. Antes mesmo de pensar em abrir a própria marca, Julie Chermann, idealizadora da J.Chermann, começou sua jornada na moda criando graphic tees para seu uso pessoal.
Não demorou muito tempo para que seus amigos e colegas demonstrassem interesse pelas peças. Para atender essa demanda, Julie passou a aceitar encomendas a um público selecionado, mas rapidamente surgiu a oportunidade de vender suas roupas na Daslu.
Em 2014, a J.Chermann lançou uma linha completa de graphic tees para a C&A. Com desenhos feitos à mão pela própria Julie, foram 21 modelos diferentes. A collab foi incrível e marcou uma das conquistas mais bacanas da marca.
Anos depois e mesmo com um catálogo atual tão diverso, as camisetas gráficas ainda são as peças queridinhas da J.Chermann. Além dos designs exclusivos, as coleções também contam com aplicações e bordados feitos totalmente de maneira artesanal.