O valor do design autoral

Na contramão da manufatura impessoal, o design autoral é uma forma de preservar arte, história, cultura e autoexpressão na moda

Em um universo tomado pelo fast fashion, o design autoral é um respiro em meio à produção em massa e padronização de estéticas que não deixam espaço para a originalidade.

Criar os próprios modelos e estampas é uma arte que vem se perdendo nos últimos tempos graças a alguns fatores, como sites globais que vendem milhares de itens a todo instante, a pressa de ter tudo o mais rápido possível e a velocidade das redes sociais que despertam a urgência de vestir o que está em alta.

Sobrevivência do slow fashion

Ainda que existam argumentos de que o fast fashion tenha democratizado o acesso a estilos e trends que antes eram restritos aos consumidores com poder aquisitivo o suficiente para usar roupas de marca de luxo, nem tudo são flores.

A moda rápida (em tradução livre) aumentou o consumo, mas também reduziu elementos importantes: os recursos naturais, a qualidade de vida dos trabalhadores e a integridade criativa.

Para que roupas sejam confeccionadas e vendidas tão rapidamente, os fabricantes não têm tempo de olhar para todas as etapas de produção com cuidado e carinho artístico. Os materiais são extraídos e descartados, a mão de obra é precarizada e as ideias são requentadas.

O paralelo do fast fashion com o fast food é certeiro: por mais que lanches preparados em cozinhas industriais de filiais espalhadas pelo mundo possam ser gostosos e divertidos, não contam com o mesmo valor nutricional e afeto da comida caseira.

Estilistas que se mantém fiéis a seus designs autorais são como cozinheiros de mão cheia que nadam contra a corrente para manter a integridade de suas criações e, esperançosamente, mostrar ao mundo o valor de seu trabalho.

Manifestação de autoexpressão

As obras de um artista são os frutos de sua trajetória, incluindo aspectos de todas as peças do quebra-cabeças de sua vida.

Suas crenças, sonhos, medos, gostos, necessidades, personalidades, bagagem familiar e vivências culturais são estampados nas telas, nas esculturas e nos tecidos.

Um estilista que investe em design autoral compartilha uma porção de si, manifestando tudo aquilo que ama e acredita nos projetos desenvolvidos por suas próprias mãos.

Isso permite que a moda cumpra seu principal fundamento: permitir que as pessoas se tornem cada vez mais humanas através da arte e da auto expressão.

Preservação histórica e cultural

O Brasil é um país riquíssimo culturalmente, com inúmeras comunidades que lutam para preservar seus costumes. No setor da moda, existem vários exemplos espalhados por todo o território nacional, como o grupo de bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, no Rio Grande do Norte.

A pequena cidade de pouco mais de 2,3 mil habitantes tem o bordado como principal atividade econômica, mas também como uma forma de preservar a cultura da região e das próprias artesãs.

A prova de que autenticidade e colocar a mão na massa dão certo é que essas mesmas bordadeiras – vindas de uma cidadezinha no Norte do país – foram as responsáveis pelas ilustrações nos uniformes oficiais dos atletas brasileiros nas Olimpíadas de Paris, em 2024.

Outro exemplo muito claro da preservação histórica na moda é a coleção International Dateline Collection III, de Zuzu Angel, lançada em 1971.

Utilizando tecido branco, linhas coloridas, criatividade e a dor materna, Zuzu criou roupas para protestar e denunciar a violência que seu filho, Stuart Angel, sofrera por parte do Estado.

Com bordados de pássaros engaiolados e tanques de guerra, as peças repercutiram no Brasil e no mundo. A criação de Zuzu mantém-se viva até os dias de hoje, preservando uma história difícil, mas que deve permanecer na memória de todos.

Design autoral é o lema da J.Chermann

Tudo o que você vê nas lojas da J.Chermann (virtual e físicas) são obras de Julie Chermann, a fundadora da marca.

Ao apreciar as estampas divertidas, modernas e elegantes de nossas clássicas camisetas, saiba que você está olhando para o design autoral de Julie, que desenha cada linha à mão, sempre com muito amor e respeito à arte.

Durante o processo criativo, ela deposita um pedacinho de si em cada peça. As referências à Paris, por exemplo, são provenientes do tempo que Julie morou na capital francesa na época da faculdade – e todas as vezes que voltou para se inspirar.

O mesmo pode ser dito sobre as aplicações, bordados, pedrarias e todos os mínimos detalhes de nossas roupas. Contamos com um time talentosíssimo de costureiras que trabalham artesanalmente para que os seus looks fiquem perfeitos.

A dedicação da J.Chermann é evidenciada em todas as etapas criativas da casa, desde a concepção dos modelos até o momento que você os leva para casa.

E fazemos tudo isso, com todo esse cuidado e esforço, por motivos muito simples: valorizar a moda em seu estado mais digno e fazer com que você se sinta confiante e feliz.