Minimalismo da moda: como aplicar

O movimento estético é proveniente da arte e arquitetura, mas existe no contexto de moda desde a década de 1950

O termo “minimalismo” foi inventado pelo filósofo britânico Richard Wollheim em 1965 para descrever, de modo geral, uma estética encontrada na arte, literatura, música e arquitetura.

O conceito nasceu em meio ao ápice do movimento pop art nos Estados Unidos, cujas expressões, cores, linhas e texturas eram vibrantes, chamativas e cheias de extravagância.

Minimalismo e moda

Naturalmente, o minimalismo e a moda andam juntos. A ideia é se basear em um estilo que mostra que menos é mais.

É algo simples, mas não simplório e, definitivamente, não menos bonito e elegante. A simplicidade bebe de linhas retas e cores sólidas e neutras (branco, preto, cinza, bege…).

O estilista espanhol Cristóbal Balenciaga, fundador da casa de moda Balenciaga, foi o grande responsável por traduzir o minimalismo das artes plásticas e arquitetura para o cenário fashion em algum momento dos anos 1950, quando ninguém usava essa palavra ainda.

Seus desenhos simples, mas poderosos, revolucionaram a alta costura feminina, trazendo também leituras nunca antes vistas. Ele apresentou ao mundo silhuetas fundamentadas em linhas puras, ombros proeminentes e modelagens praticamente esculpidas.

Em um contexto moderno, o minimalismo vai na contramão das empresas de fast fashion. Geralmente, peças minimalistas tendem a seguir uma linha de produção mais lenta e com menos matérias-primas. Consequentemente, isso diminui o consumo de água, poluição e o uso de corantes e outros químicos potencialmente tóxicos.

Designers associados ao minimalismo na moda

Qualquer estilista e diretor-criativo das grandes casas de moda do mundo podem lançar coleções baseadas no minimalismo, mas nem todos são intrinsecamente ligados a essa estética.

O estilista japonês Yohji Yamamoto é prestigiado no cenário fashion internacional pelas roupas minimalistas em tons escuros, com foco em peças oversized, casacos longos e desenhos dramáticos.

Fundadora da Comme des Garçons, Rei Kawakubo é outra designer japonesa que também ficou conhecida pelo minimalismo, embora ela também tenha criações pomposas e coloridas.

Kawakubo mostra uma versão diferente para a estética, provando que é possível criar moda minimalista com cores mais chamativas e silhuetas grandiosas, aplicando brilhantes elementos avant-garde e surrealistas.

No Brasil, Gloria Coelho é uma das principais artistas do movimento, com roupas que abusam de formatos geométricos, tecidos metálicos e de couro, elementos de alfaiataria e conceito com ares futuristas.

Como ser uma pessoa minimalista?

Antes de mais nada, é importante ressaltar que o minimalismo relacionado à moda não precisa ser somente em relação ao desenho das roupas que se veste.

Em um viés mais comportamental, é possível seguir uma filosofia parecida com o que diz Marie Kondo em relação à arrumação, isto é, eliminar o que não é utilizado e/ou o que não traz alegria.

Uma pessoa com um guarda-roupa minimalista pode ser alguém que, simplesmente, só tem aquilo que verdadeiramente usa e gosta. Consequentemente, isso diminui a quantidade de roupas, sapatos e acessórios.

Neste sentido, é a antítese do consumismo e da acumulação, algo oposto ao “ter só por ter”. Os adeptos a esse estilo de vida dizem que os resultados são refletidos em menos estresse e mais economia.

Minimalismo e moda no dia a dia

Por mais simples e clean que as roupas minimalistas possam ser, elas certamente chamam atenção justamente pelo poder que a estética transmite.

Mas não é toda ocasião que pede por silhuetas “afiadas”, ombros demarcados e peças de linhas retas que parecem ter saído de uma Fashion Week.

No dia a dia, o minimalismo na moda é representado por itens básicos, elegantes e funcionais, como:

Jeans preto ou azul

Jeans são peças curinga que se adaptam a uma enorme variedade de looks.

Calças de outros materiais (linho, poliéster, elastano, algodão, sarja…) em tons neutros

Para looks casuais e confortáveis.

Camisetas

De preferência lisas e de cores suaves ou sóbrias.

Camisas

As linhas elegantes de peças que conversam com a alfaiataria são ideais para se encaixar no estilo minimalista, mesmo que o look seja mais descontraído.

Blazer

O blazer é perfeito para a construção de um look formal ou para incrementar uma combinação mais despojada. É interessante apostar em uma peça com a área dos ombros bem marcados para trazer mais atitude e elegância ao visual.

Vestido simples

Embora os vestidos retos sejam os primeiros que vêm à mente em relação ao minimalismo, outros modelos de tons neutros ou claros também se podem encaixar nessa estética.