Inclusão de modelos plus size no mundo da moda
Assunto mais que necessário! Vamos falar sobre representatividade na moda?
Identificação virou tendência? O que sabemos é que essa trend não tem data de validade. A representatividade ganhou seu espaço entre os requisitos na escolha de uma peça, consumidoras estão cada vez mais atentas ao posicionamento das marcas no quesito inclusão.
A moda, ferramenta de construção de identidade e autoestima, também se atualiza conforme as demandas sociais. O mercado Plus Size, em alguns momentos negligenciado pelas marcas, tem conquistado espaço e importância. Segmento que se relaciona com a diversidade e o processo de valorização da mulher e de corpos reais, ao aproximar as consumidoras do poder de construção da autoimagem.
Com a força e popularidade das redes sociais, esse movimento cresceu de forma exponencial, que até marcas como Victoria’s Secret aderiram à inclusão de modelos plus size em suas campanhas.
A representatividade real
Esse movimento da representatividade real, é o primeiro passo para romper com os padrões estéticos pré estabelecidos. Ações como utilizar manequins maiores e trazer modelos com corpos diversos para a passarela, estimulam o público a, não só apreciar a moda que conversa com o mundo atual, como também, ver beleza em todas as formas.
Daí a necessidade da marca, de fato, abraçar a ideia e fomentar a inclusão. Escolha necessária e perceptível no resultado das campanhas mais atuais.
Em sua conta no Instagram, a atriz, diretora e roteirista super cool, Lena Dunham, faz um relato sensível e inspirador sobre a sua relação com a moda.
“Eu valorizava minha saúde mental e física, em detrimento de uma imagem desatualizada de como eu pensava que seria nesta idade, em números como numa escala. Mas uma vez que eu estava firme no meu corpo plus size, comecei a olhar em volta para o cenário da moda e vi que as percepções de corpos maiores, eram de que nós queriamos nos vestir como vovós… Na verdade, existem tantas variações de garotas de tamanho grande quanto de garotas de tamanho normal. Queremos o que você quiser e como você quiser. Não quero que nenhuma mulher mais se pergunte se ela vai caber na roupa.
Eu tenho um tamanho 4 no tapete vermelho e um tamanho 16 – gostaria de poder dizer que a experiência de se vestir foi a mesma, mas não é. Quando você está magro – não importa o motivo – há um tipo de aceno inerente de parabéns, que vem de ser capaz de caber em amostras de passarela e fazer o papel de uma estrela de Hollywood.
Enquanto alguns designers abraçaram meu corpo plus size, há sempre a implicação inerente de outros que, ao fazerem isso, bravamente se levantaram para algum tipo de “desafio” (eu que sou corajosa, simplesmente por sair neste corpo, vestido de uma forma que não esconde a vergonha).
Também sempre me perguntei, quando as roupas de grife que usei, foram ridicularizadas ou rasgadas, se o mesmo visual em um corpo da moda mais convencional poderia ser celebrado. Cultivar um espaço onde a questão, sobre se um corpo positivo, seria abraçado pelas roupas, e que as roupas não estão exigindo que uma mulher plus se esconda.
Sei que algumas das vezes que mais quis me esconder, foram quando estava em um corpo que não parecia meu, e esse corpo, para mim, é aquele em que perdi peso devido à doença, tristeza ou ambos. Ter isso tratado como algum tipo de declaração de moda, foi de partir o coração, mas encontrar uma maneira de expressar minha gratidão às mulheres positivas, que me inspiraram a me sentir em casa em meu corpo cheio de curvas é um presente.”
Na corrida pelo reconhecimento do público, as marcas precisam avaliar seu posicionamento sobre o tema e investir na diversificação de seus portfólios. Afinal, trend mesmo, é se sentir linda e confortável!